Portugal Colonial - Lei de anistia para separatistas catalães passa para as mãos dos juízes

Lei de anistia para separatistas catalães passa para as mãos dos juízes
Lei de anistia para separatistas catalães passa para as mãos dos juízes / foto: Javier Soriano - AFP/Arquivos

Lei de anistia para separatistas catalães passa para as mãos dos juízes

A controversa lei de anistia para os separatistas catalães condenados ou processados pela tentativa fracassada de secessão em 2017 entrou em vigor nesta terça-feira (11) e a sua aplicação, que abre a porta ao retorno do ex-presidente regional Carles Puigdemont, está agora nas mãos dos juízes.

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A norma, contra a qual a direita se manifestou em diversas ocasiões nos últimos meses, foi publicada nesta terça-feira (11) no Boletim Oficial do Estado (BOE), quase duas semanas depois da sua aprovação final pelo Parlamento espanhol no final de maio.

Agora os juízes terão dois meses para a sua implementação, durante os quais precisarão decidir se a lei é aplicável a cada caso. Podem também levantar questões específicas ao Tribunal Constitucional ou à Justiça europeia.

Muitos magistrados não esconderam as suas dúvidas e relutâncias em relação a esta norma que tem protagonizado o debate político na Espanha desde as eleições legislativas de 23 de julho.

- "Nova batalha" -

"Começa uma nova batalha", escreveu Jordi Turull, secretário-geral do Juntos pela Catalunha, partido de Puigdemont, na rede social X.

"O Estado espanhol e a sua cúpula patriótica-político-judicial mostram-nos todos os dias que a aplicação da lei não será fácil. Apesar disso, mais cedo ou mais tarde, conseguiremos", acrescentou.

Esta batalha jurídica parece ser realmente complexa e pode durar meses em alguns casos.

Assim que a lei foi promulgada, cerca de trinta membros do partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que foram processados ou condenados pela sua participação na tentativa de secessão, solicitaram a aplicação da lei, informaram fontes do partido.

Entre eles está Oriol Junqueras, que foi vice-presidente regional em 2017 - quando o governo separatista organizou um referendo de autodeterminação proibido pela Justiça e acabou por proclamar uma independência de curta duração - e que foi condenado a 13 anos de prisão antes de receber indulto em 2021 do governo de Pedro Sánchez.

No total, a medida poderia beneficiar cerca de 400 pessoas, segundo uma estimativa do Ministério da Justiça.

Uma das mais notáveis é Puigdemont, que se estabeleceu na Bélgica para evitar a Justiça espanhola após o fracasso da tentativa separatista que liderou quando presidiu o governo desta região do nordeste da Espanha.

H.Silva--PC