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Triunfo da extrema direita no Chile agita fantasmas da ditadura
Quando os militares chilenos derrubaram a porta de sua casa e arrastaram seu companheiro da cama na madrugada, na primavera de 1986, Alicia Lira tinha 37 anos.
Ela correu gritando atrás dos carros dos militares, mas nunca mais voltou a ver o seu "amor", Felipe Rivera, que foi executado com vários tiros na cabeça.
Quase quatro décadas depois, Lira conta que "o sofrimento segue vivo" e assegura que nada irá parar a sua busca por "justiça e verdade".
A eleição de um candidato de extrema direita no segundo turno das eleições presidenciais de domingo agita os fantasmas da ditadura de Augusto Pinochet em um país que recuperou a democracia há 35 anos, mas ainda não superou esse capítulo sangrento de sua história.
- "Chorar de impotência" -
A vitória de José Antonio Kast, que apoiou Pinochet e será o presidente mais à direita do Chile desde o fim da ditadura em 1990, dá vontade de "chorar de impotência, de chorar de rebeldia", diz Lira à AFP, com os olhos marejados.
Na lapela do blazer, sobre o coração, ela usa uma foto de Rivera, a quem ainda chama de "meu amor", "meu nego".
Vários dos responsáveis do crime ainda estão livres, e outros foram condenados a penas reduzidas.
"Nunca deixamos de confiar na justiça, embora ela tenha sido mesquinha e tardia", afirma Lira, presidente da Associação de Familiares de Executados Políticos. Seu irmão também foi capturado e torturado pela ditadura.
Ao final de uma reunião com o presidente esquerdista Gabriel Boric no palácio presidencial de La Moneda, Lira caminha lentamente apoiada em sua bengala.
"Para nós, este governo foi como um respiro", afirma, em frente ao memorial de mulheres vítimas de repressão política. Ela acredita que sua maior conquista foi o impulso de um plano nacional de busca pelos desaparecidos.
No entanto, agora Lira e outros defensores dos direitos humanos no Chile lidarão com o governo de Kast, um defensor da ditadura que deixou mais de 3.200 mortos e desaparecidos, e dezenas de milhares de torturados e presos políticos.
"Temos que ter mais força e seguir", diz a mulher de 75 anos.
- Um indulto controverso -
Kast considera apoiar um controverso projeto de lei para conceder indulto a 140 agentes do Estado presos por crimes contra a humanidade durante a ditadura, incluindo o ex-brigadeiro do exército Miguel Krassnoff, condenado a mais de mil anos de prisão.
Em sua primeira campanha presidencial, em 2017, Kast visitou violadores de direitos humanos na prisão. Na época, ele obteve menos de 8% dos votos nas eleições.
"No governo militar, foram feitas muitas coisas pelos direitos humanos", afirmou na época. Ele também defendeu Krassnoff, acusado de torturar mulheres grávidas.
"Eu conheço Miguel Krassnoff. Olhando para ele, não imagino todas as coisas que dizem a seu respeito", disse Kast à T13 rádio.
Gaby Rivera era adolescente quando começou a procurar seu pai, desaparecido em 1975, e só encontrou seus restos mortais em um recinto militar em 2001. Eles estavam quase intactos e apresentavam sinais de queimaduras nas mãos.
"Vivi mais tempo procurando o meu pai do que vivi com ele", explica a mulher que hoje dirige a Associação de Familiares de Detidos Desaparecidos. Ela ainda lembra do seu último beijo de boa noite.
Um eventual indulto aos violadores de direitos humanos seria "horroroso", afirma.
Quando jovem, Kast apoiou o "sim" no plebiscito de 1988 para que os militares continuassem no governo, mas a maioria dos chilenos votou "não", o que levou ao fim da ditadura.
Durante toda a campanha, o candidato de extrema direita evitou falar sobre Pinochet, um assunto que poderia lhe custar votos. Sua equipe de campanha não respondeu aos pedidos de entrevista da AFP.
"Kast foi eleito apesar de seu apoio a Pinochet, não por causa dele", reflete o analista político Robert Funk, da Universidade do Chile.
Muitos temem que ele corte os gastos com o Museu da Memória e centenas de instituições que defendem os direitos humanos no Chile. O moderno museu confere dignidade e visibilidade às vítimas da ditadura e a "todo um país que continua dividido por essas feridas", afirma sua diretora, María Fernanda García.
"Nossa história não pode ser apagada (...). É um lembrete constante para a sociedade de que essas violações dos direitos humanos não podem voltar a ocorrer", reflete.
V.F.Barreira--PC