Portugal Colonial - Sem maioria parlamentar, governo francês aprova por decreto orçamento para 2025

Sem maioria parlamentar, governo francês aprova por decreto orçamento para 2025
Sem maioria parlamentar, governo francês aprova por decreto orçamento para 2025 / foto: Bertrand GUAY - AFP

Sem maioria parlamentar, governo francês aprova por decreto orçamento para 2025

O governo francês aprovou por decreto, nesta segunda-feira (3), seu orçamento para 2025 devido à falta de maioria no Parlamento, expondo-se a uma moção de censura que tem poucas chances de prosperar pela negativa dos socialistas a apoiá-la.

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O primeiro-ministro, o centrista François Bayrou, anunciou na Assembleia Nacional (Câmara baixa) a aprovação do orçamento por decreto. A única forma que os deputados têm de freá-la é apresentando uma moção de censura.

Em dezembro, seu antecessor, o conservador Michel Barnier, caiu enquanto tentava aprovar o orçamento e o partido A França Insubmissa (LFI, esquerda radical) já anunciou uma moção de censura contra Bayrou, que seria debatida na quarta-feira.

"A decisão está em suas mãos. Nos próximos dez dias, a França, à força de boa vontade (...), terá seu orçamento, seus orçamentos, o que enviará um sinal de responsabilidade e estabilidade", disse o primeiro-ministro perante os Parlamentos.

O governo enfrenta o desafio de sanar os cofres públicos e prevê reduzir o déficit público para 5,4% do PIB em 2025, o que seria quase o dobro do limite estabelecido pelas regras europeias, graças a um esforço de 52 bilhões de euros (aproximadamente 318 bilhões de reais, na cotação atual).

Diferentemente de dezembro, no entanto, os socialistas já anteciparam que não vão votar a moção de censura apresentada por seus aliados da coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) para garantir orçamentos para a França.

"Não é em absoluto o orçamento que um governo de esquerda teria proposto", afirmaram os socialistas em um comunicado, no qual anunciam uma futura moção de censura contra o Executivo, quando a França já contar com suas contas públicas.

A França está mergulhada em uma profunda crise política desde as eleições legislativas de meados de 2024, que deixaram uma Assembleia Nacional dividida em três blocos sem maioria clara: esquerda, centro-direita e extrema direita.

Para além das contas, os partidos estão de olho nas próximas eleições: nas municipais de 2026 e, sobretudo, nas presidenciais de 2027, quando o presidente Emmanuel Macron, de centro-direita, não poderá mais se candidatar.

J.Oliveira--PC