-
Anfitrião Marrocos abre Copa Africana de Nações com vitória sobre Comores (2-0)
-
El Salvador condena membros de gangues a penas de até mil anos de prisão
-
Da Colômbia a Darfur: como opera a rede que alicia mercenários para a guerra no Sudão
-
Olympique de Marselha goleia e avança na Copa da França; Auxerre e Le Havre são eliminados
-
Bayern de Munique goleia Heidenheim (4-0) antes da pausa da Bundesliga
-
Aston Villa vence Manchester United (2-1) e se consolida em 3º na Premier League
-
Luís Castro desembarca em Porto Alegre para assumir como novo técnico do Grêmio
-
Barça vence Villarreal (2-0) com gols de Raphinha e Yamal e mantém liderança no Espanhol
-
Imprensa estrangeira celebra prazo imposto a Israel sobre acesso a Gaza
-
Olympique de Marselha goleia e avança na Copa da França; Monaco elimina Auxerre
-
Christensen sofre lesão no joelho e vai desfalcar Barça por vários meses
-
Atlético de Madrid vence Girona com autoridade (3-0) e sobe para 3º no Espanhol
-
Austrália presta homenagem às vítimas de ataque antissemita em Sydney
-
Rússia nega preparação de reunião trilateral com Ucrânia e EUA
-
Israel aprova outras 19 colônias na Cisjordânia
-
Vítimas e congressistas criticam documentos censurados do caso Epstein
-
Mbappé garante vitória do Real Madrid sobre Sevilla (2-0) e iguala recorde de CR7
-
Arsenal vence Everton e resiste à pressão do City; Liverpool bate Tottenham
-
Dembélé volta a brilhar em goleada do PSG sobre time da 5ª divisão na Copa da França
-
Venezuela diz que Irã ofereceu apoio contra 'terrorismo' dos EUA
-
Juventus vence Roma (2-1) e segue na luta pelo título do Italiano
-
EUA intercepta novo petroleiro na costa da Venezuela
-
Real Sociedad anuncia americano Pellegrino Matarazzo como seu novo técnico
-
Marcus Smart, do Los Angeles Lakers, é multado por insultar árbitros
-
Português Luis Castro é o novo técnico do Levante
-
Leverkusen vence de virada na visita ao Leipzig (3-1) e sobe para 3º na Bundesliga
-
EUA, Catar, Egito e Turquia pedem moderação em Gaza
-
City vence West Ham (3-0) com dois de Haaland e é líder provisório do Inglês; Liverpool bate Spurs
-
Jihadistas do EI morrem em bombardeios dos EUA na Síria
-
Lula e Milei divergem sobre crise da Venezuela em cúpula do Mercosul
-
Zelensky: EUA propôs negociações entre Ucrânia e Rússia para encerrar guerra
-
City vence West Ham (3-0) com dois gols de Haaland e é líder provisório do Inglês
-
Copa Africana de Nações será realizada a cada quatro anos a partir de 2028
-
Blue Origin leva primeira cadeirante ao espaço
-
Hakimi se recupera a tempo para Copa Africana de Nações mas é dúvida para estreia de Marrocos
-
Porto anuncia contratação de Thiago Silva
-
Zelensky diz que EUA propôs negociações entre Ucrânia e Rússia para pôr fim à guerra
-
Chelsea reage e arranca empate (2-2) na visita ao Newcastle
-
Trump escolhe novo chefe do Comando Sul em meio à tensão com a Venezuela
-
Pelo menos cinco jihadistas do EI morrem em bombardeios de 'represália' dos EUA na Síria
-
Presidentes do Mercosul buscam resposta ao adiamento do acordo pela UE
-
EUA bombardeia mais de 70 alvos em operação contra EI na Síria
-
EUA afirma que não vai impor à Ucrânia acordo sobre fim do conflito com a Rússia
-
'Prazos não são infinitos', adverte Mercosul à UE por acordo de livre comércio
-
Moraes nega prisão domiciliar a Bolsonaro, mas autoriza cirurgia
-
Trump não descarta guerra com Venezuela e Rubio reafirma que bloqueio será aplicado
-
Não haverá paz possível em Gaza a menos que Hamas se desarme, diz Rubio
-
Brest é eliminado da Copa da França por time da quarta divisão
-
Dortmund vence 'Gladbach' no duelo entre Borussias e sobe para vice-liderança do Alemão
-
Cuba denuncia restrições de vistos 'sem precedentes' dos EUA a seus atletas
Aposentados, os grandes perdedores do primeiro ano de governo Milei
Aos 80 anos, Alicia Ceresoli vive com dificuldade de sua aposentadoria. Sente saudades do "cheirinho de couro" de um par de sapatos novos e fica com água na boca ao pensar em um bife de carne, luxos de uma vida que ela descreve como diminuída desde que Javier Milei assumiu o governo da Argentina.
"Então você pensa: por que alguém que está dirigindo um país tem que fechar sua vida? É como se te dissessem 'você não come, não compra remédios e morre'. Isso é ditatorial", reflete sobre as dificuldades enfrentadas pelos aposentados, parte dos 53% de pobres na Argentina.
Ceresoli mora sozinha, agradece por ter boa saúde e possuir casa própria em Villa Adelina, na periferia norte de Buenos Aires. Sente-se aliviada por não pagar aluguel, cujos preços não são mais controlados pelo governo, nem precisar de medicamentos, que aumentaram 200% em 12 meses.
Como quase 5 milhões de aposentados – mais de 60% do total –, Ceresoli recebe o benefício mínimo e um bônus, o que totaliza cerca de 320 dólares mensais, um terço do custo da cesta básica para idosos, estimada pelo governo.
Em dezembro, terá um aumento de 2,7%. "É grotesco, são 300 pesos por dia [R$ 1,80]", disse Eugenio Semino, Defensor da Terceira Idade.
Segundo Milei, "em dólares, o poder aquisitivo dos aposentados disparou" este ano. Mas os preços também dispararam.
"O governo diz 'não há dinheiro', e isso é mentira, porque o que economiza do sistema previdenciário é o grande equilibrador do superavit fiscal", acrescentou Semino.
- Vidas encolhidas -
Embora o governo tenha conseguido alcançar um equilíbrio fiscal após décadas de déficit, "os aposentados são os grandes perdedores", afirmou à AFP Gabriel Vommaro, sociólogo da Universidade Nacional de San Martín.
De acordo com o Centro de Políticas Públicas (Cepa), "no período de janeiro a setembro de 2024, 25,3% do ajuste dos gastos do Estado foi explicado pela perda de poder aquisitivo de aposentadorias e pensões".
É o que vive Alicia. Em sua modesta casa, sem televisão a cabo, o luxo era comprar flores frescas "porque alegram a casa, mas estão caríssimas". "Agora coloco de plástico", conta.
Seu primeiro trabalho foi aos 13 anos em uma fábrica de sapatos. "Gostaria de voltar a sentir o cheirinho de sandálias de couro novas. Carne? Não como mais. Dois bifes custam 6 mil pesos [R$ 36]".
O que mais a entristece, no entanto, é a limitação de uma vida reduzida ao essencial.
Até o ano passado, "eu tinha o pequeno prazer de ir ao cinema e depois comer pizza com uma amiga. Não era um luxo cinco estrelas, mas éramos felizes", recorda. Agora, "vamos nos amargurando porque a vida vai se encolhendo como o bolso".
Divorciada, sua única filha vive a 300 km de distância. Antes, viajava a cada dois meses, mas agora não pode mais arcar com os custos.
"Meu coração dói porque minha netinha mais nova tem 10 anos e a infância vai passar. Eu tenho 80, não é como se pudesse esperar que a economia melhore."
- "Pior do que nunca" -
Às quartas-feiras, ela protesta em frente ao Congresso com o grupo "Aposentados Insurgentes" por um benefício "digno".
O ritual começou há oito anos, muito antes do governo Milei. "Não é novidade que estamos mal, mas estamos pior do que nunca", afirma.
Alicia conta que mais de uma vez voltou "dolorida pelos empurrões da polícia" desde que o governo de Milei endureceu o controle das manifestações.
Isso não intimida Rubén Cocorullo, de 76 anos, outro aposentado que nunca falta aos protestos.
Após um infarto e a colocação de três stents, que atribui ao "estresse causado por tantos governos ruins", toma medicamentos que até novembro recebia de forma gratuita, mas que agora precisa pagar após a restrição à gratuidade imposta pelo atual governo.
O Executivo também congelou, desde março, um bônus mensal de cerca de 70 dólares (R$ 420) pago às aposentadorias mínimas, em meio a uma inflação próxima de 200% ao ano.
Além disso, encerrará a partir de 2025 um programa que permitia aposentadoria para quem não tinha os 30 anos de contribuições exigidos, algo quase impossível em uma economia com 40% de informalidade.
Por esse programa, se aposentam nove em cada dez mulheres e oito em cada dez homens que, a partir de 2025, só poderão requerer uma pensão 20% inferior ao benefício mínimo.
"Este governo está contra os idosos", conclui Cocorullo.
Técnico eletromecânico, ele sobrevive consertando aparelhos encontrados no lixo. "Não tenho vergonha, vergonha deveria ter este governo e os ladrões que estão aqui dentro e não nos defendem", diz em um protesto em frente ao Congresso, cercado de cartazes com a frase: "Ou comemos, ou compramos remédios".
Apesar de não ter maioria, Milei conseguiu que o Congresso ratificasse seu veto a uma lei que aumentaria as aposentadorias em 8%. Como recompensa, homenageou os deputados que o apoiaram, chamando-os de seus "87 heróis".
F.Santana--PC