Senado dos EUA rejeita 2 projetos de ajuda financeira para seguros de saúde
Senado dos EUA rejeita 2 projetos de ajuda financeira para seguros de saúde / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP

Senado dos EUA rejeita 2 projetos de ajuda financeira para seguros de saúde

O Senado dos Estados Unidos rejeitou, nesta quinta-feira (11), dois projetos de lei divergentes, destinados a evitar que milhões de americanos sofram um aumento sem controle no custo de seu seguro de saúde, a algumas semanas do vencimento de subvenções importantes.

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Em outubro, os subsídios ao programa público de seguro de saúde "Obamacare" para famílias de baixa renda estiveram no centro das desavenças entre legisladores republicanos e democratas, que levaram à paralisação do governo federal ("shutdown") mais longa na história dos Estados Unidos.

Se o Congresso não chegar a um acordo para prorrogar esses subsídios, os custos do seguro de saúde podem mais que dobrar em janeiro para 24 milhões de americanos que usam o "Obamacare", segundo o KFF, um centro de estudos especializado em questões de saúde.

De acordo o 'think tank' Urban Institute, cerca de cinco milhões de beneficiários poderiam perder toda a cobertura de saúde em 2026.

Sem um acordo, espera-se que o pagamento médio aumente em aproximadamente 114%, o que representa entre 1.000 (R$ 5.423) e 1.500 dólares (R$ 8.134) adicionais nos prêmios anuais de uma família típica, segundo a KFF.

Até agora, o presidente Donald Trump não expressou sua posição sobre o tema, deixando que seus aliados no Congresso lutem para decidir o caminho a se seguir.

Os democratas receberam a promessa de uma votação sobre uma extensão de três anos aos subsídios da Lei de Cuidados Acessíveis (ACA) como parte do acordo que pôs fim ao "shutdown".

Embora o líder da maioria republicana, John Thune, tenha aceitado realizar a votação, não garantiu que ela será bem-sucedida e os republicanos estavam quase unidos em sua oposição.

Sob pressão dos moderados e dos senadores que disputam a reeleição nas eleições de meio de mandato em 2026, Thune também aceitou apresentar uma alternativa republicana para votar junto com o projeto democrata.

Os republicanos propunham substituir os subsídios por contribuições em contas de poupança para a saúde a fim de ajudar a cobrir gastos do próprio bolso.

Mas alcançar o limite de 60 votos no Senado de 100 assentos sempre pareceu improvável, com apenas 53 republicanos formando a maioria, e os democratas bloqueando o projeto.

Com pedidos divergentes, sem uma estratégia unificada na Câmara e poucos sinais de apoio por parte da liderança republicana, as possibilidades de surgir um compromisso bipartidário antes do fim do ano parecem escassas no momento.

"Esta é uma votação de vida ou morte porque as pessoas que vão perder sua cobertura de saúde poderiam enfrentar esse final terrível", disse o líder da minoria democrata no Senado, o veterano Chuck Schumer.

V.F.Barreira--PC