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A odisseia de María Corina Machado para sair da Venezuela
Vida na clandestinidade, disfarces, postos policiais, barcos em um mar enfurecido, especialistas em resgate, aviões de combate e um jato particular... A saída da líder opositora María Corina Machado da Venezuela para chegar a Oslo, onde deveria receber o prêmio Nobel da Paz, é digna de um filme de espionagem.
O título seria "Operação Dinamite Dourada", como Bryan Stern a batizou. Este veterano do exército americano, que criou uma empresa especializada em retirar estrangeiros de áreas perigosas, explicou alguns capítulos da odisseia em uma coletiva de imprensa na sexta-feira (12).
"Dinamite" pelo perigo, mas também por Alfred Nobel, o inventor deste explosivo e fundador dos prêmios que levam seu nome.
Quando soube que ganhou o prêmio, María Corina, de 58 anos, prometeu que o receberia pessoalmente. Mas havia um problema: a líder da oposição venezuelana mergulhou na clandestinidade após as eleições presidenciais de 2024, denunciadas como fraudulentas pela oposição.
A vitória do presidente Nicolás Maduro, que reprimiu os protestos pós-eleitorais, não é reconhecida por grande parte da comunidade internacional.
Machado faz raras aparições públicas em manifestações. Ela chega de surpresa e vai embora de moto para voltar ao seu refúgio e evitar ser detida.
Entretanto, concede entrevistas por videoconferência com um fundo branco para não revelar sua localização, apesar das provocações do ministro do Interior, que garante que se encontra no bairro nobre de Valle Arribe, onde fica a embaixada dos Estados Unidos em Caracas.
- Peruca -
O desafio de tirar Machado, conhecida por praticamente todos os venezuelanos, de um país fortemente militarizado, é gigantesco. Em maio, cinco opositores, entre eles seu braço direto, conseguiram fugir da Venezuela em condições nunca reveladas, após passarem meses refugiados na embaixada da Argentina.
A "Operação Dinamite Dourada" começou na terça-feira. Machado se disfarçou com uma peruca e saiu da capital rumo a uma praia no norte da Venezuela, cujo local continua secreto.
"Foi perigoso e (...) arriscado porque ela estava sendo ativamente perseguida pelo regime de Maduro durante muito tempo", conta Stern. "Os serviços de inteligência cubano, venezuelano, russo, iraniano, os coletivos (paramilitares), os cartéis, todos os tipos de pessoas trabalhavam juntas para encontrar María. E todo mundo sabia que ela tentaria chegar à cerimônia do Nobel".
"Estávamos preocupados que viessem F-16 venezuelanos para nos explodir. Estávamos preocupados com uma detecção em terra, mar e ar. (...) Se tivessem nos detectado, certamente teriam nos matado", diz.
Para despistar, Stern espalhou rumores de que Machado já estava no exterior. Jornalistas e autoridades saíram atrás de notícias falsas: que ela estava no Equador, que havia partido em um avião que repatriava migrantes, que foi vista em Cúcuta, na fronteira colombiana...
Disfarçada e com a ajuda de uma equipe, Machado conseguiu atravessar, sem ser detectada, uma dezena de postos de controle policial, indicou Stern, sem fornecer detalhes.
As autoridades venezuelanas a apelidaram de "Sayona" por sua pele clara e cabelos pretos, semelhante aos do fantasma do folclore venezuelano. Ironicamente, esta mulher espectral e que costuma se vestir de branco, além de perseguir homens, aparece e desaparece à vontade...
- "Bingo" -
Ao chegar à praia, como nos filmes ruins, a embarcação que deveria tirá-la do país estava avariada, explicou ao Wall Street Journal. Os agentes que a ajudam escolheram um velho barco de pesca para evitar suspeitas e também para não serem confundidos com uma embarcação do tráfico de drogas, em um momento em que Washington realiza bombardeios que já causaram ao menos 87 mortes no Caribe e Pacífico.
Com atraso, a embarcação finalmente zarpou rumo a Curaçao, uma pequena ilha holandesa a cerca de 60 quilômetros da Venezuela.
"O mar estava muito agitado. (...) Ondas de 1,5 a 3 metros a bordo de embarcações muito pequenas na escuridão total", explica Stern, que especifica ter avisado os americanos de um "resgate".
De novo, como se fosse escrito por um roteirista ruim, a viagem se complicou: o GPS não funcionava.
"Houve contratempos no caminho, porque sempre há. É assim aqui, não é Uber", brinca Stern. Ele esperou em outro barco no mar até que finalmente as duas embarcações se encontraram.
"Bingo! Bingo! Bingo! Dinamite Dourada", anunciou sua equipe. Em seguida, ele disse a Machado: "Meu nome é Bryan Stern. Prazer em conhecê-la".
Entorpecida de frio e encharcada, a líder opositora pediu um suéter e pensava mais em se reunir com sua filha do que no Prêmio Nobel, conta Stern. A embarcação chegou a Curaçao. Ela estava sã e salva, mas não chegaria a Oslo a tempo para a cerimônia.
Um avião particular a levou para Bangor, no estado americano de Maine, para reabastecer, e depois à Noruega, onde chegou na quinta-feira, calçada com botas militares.
"María é uma heroína (...) Pensei que seu apelido 'dama de ferro' fosse um eufemismo. Mas não é verdade. Ela é dura como aço", concluiu.
"Houve momentos em que senti que havia um risco real para minha vida", comentou Machado em Oslo, ao agradecer "a todos aqueles homens e mulheres que arriscaram suas vidas" por ela.
E logo após este episódio, a firme opositora reiterou que voltará ao seu país.
J.Oliveira--PC