-
Turistas terão que pagar para acessar Fontana di Trevi, anuncia o prefeito de Roma
-
Polícia sueca rejeita denúncia de Assange contra o Nobel de Machado
-
Filho mais novo de Ibrahimovic assina com filial do Milan
-
CBF define datas de amistosos da Seleção contra França e Croácia, em março, nos EUA
-
Papa nomeia bispo Richard Moth para liderar Igreja Católica na Inglaterra
-
Trump recorre contra ordem judicial que restabelece fundos para Harvard
-
Herói do PSG, Safonov fraturou mão esquerda na disputa de pênaltis do Intercontinental
-
Mercosul se reúne em Foz do Iguaçu enquanto UE espera assinar acordo em 12 de janeiro
-
Ataque da guerrilha ELN mata sete soldados colombianos
-
'Somos fantasmas', a vida dos trabalhadores noturnos imigrantes no Reino Unido
-
Na Flórida, migrantes concedem tutela de filhos a ativistas por medo de deportação
-
Putin afirma que fim da guerra depende da Ucrânia e seus aliados ocidentais
-
AFP quer reformar seu sistema de expatriados para reduzir custos
-
Governo dos EUA se prepara para publicar documentos do caso Epstein
-
Nova geração de mafiosos abala as estruturas da tradicional yakuza no Japão
-
Apoiadores de Trump aguardam com ansiedade divulgação de arquivos do caso Epstein
-
Agricultores franceses protestam contra o Mercosul em frente à casa de praia de Macron
-
Mercosul inicia reunião em Foz do Iguaçu após impasse com UE
-
Louvre reabre 'normalmente' após fim da greve
-
EUA suspende um de seus programas de vistos após ataque na Universidade Brown
-
Austrália anuncia plano de recompra de armas e 'dia de reflexão' após atentado em Sydney
-
Ex-presidente equatoriano Rodrigo Borja morre aos 90 anos
-
UE aprova ajuda de € 90 bilhões à Ucrânia sem recorrer a ativos russos
-
Suspeito de ataque a tiros na Universidade Brown é encontrado morto
-
Trump ordena que maconha seja reclassificada como droga menos perigosa
-
Eduardo Bolsonaro perde seu mandato de deputado federal por excesso de faltas
-
TikTok assina acordo para criar empresa conjunta nos EUA e evitar proibição
-
Austrália anuncia plano de recompra de armas e 'dia de reflexão' após ataque em Sydney
-
EUA sediarão conversas para impulsionar fase seguinte do acordo sobre Gaza
-
Líderes da UE vivem impasse sobre utilizar ativos russos para financiar Ucrânia
-
EUA anuncia medidas para proibir tratamentos de transição de gênero para jovens
-
Harrison Ford receberá prêmio do Sindicato de Atores de Hollywood por sua trajetória
-
Com gol de David Neres, Napoli vence Milan (2-0) e vai à final da Supercopa da Itália
-
Em meio à polêmica, Serie A italiana decide manter jogo entre Milan e Como na Austrália
-
Congressistas democratas dos EUA publicam novas fotos ligadas a Epstein
-
Israelenses entram em Gaza para pedir reocupação do território palestino
-
Confronto entre torcedores em estádio na Colômbia deixa quase 60 feridos
-
Assinatura do acordo UE-Mercosul é adiada para janeiro
-
Protesto contra reforma trabalhista reúne milhares de pessoas na Argentina
-
Inter contrata técnico uruguaio Paulo Pezzolano, ex-Cruzeiro
-
Remo anuncia colombiano Juan Carlos Osorio como novo técnico
-
Brasil e México se dizem dispostos a mediar crise entre EUA e Venezuela
-
Lula abre a via para adiamento da assinatura do acordo UE-Mercosul
-
Marrocos vence Jordânia na prorrogação (3-2) e é campeão da Copa Árabe
-
Lula anuncia veto a PL da Dosimetria, que reduz pena de Bolsonaro
-
BCE eleva previsões de crescimento e inflação, mantém taxas de juros inalteradas
-
Tailândia bombardeia famosa cidade de cassinos na fronteira do Camboja
-
Lara, vice-presidente da Bolívia, ataca o governo
-
Botafogo aguarda representante boliviano na segunda fase da Libertadores 2026
-
Torcedores indignados com os preços 'exorbitantes' dos ingressos para a Copa de 2026
Permuta, pouco combustível e serviços em ruínas: a vida dentro da Venezuela
Escassez de combustível, racionamento de energia elétrica, hospitais em ruínas e estradas intransitáveis: basta sair da "bolha" de Caracas para se deparar com o árduo cotidiano da província venezuelana, abandonada após anos de crise.
Mas o governo faz promessas antes das eleições de domingo. O presidente Nicolás Maduro, que aspira à reeleição, se oferece para consertar escolas, clínicas e construir casas, para o clamor da população em cada cidade que visita. A oposição fala em mudança e eficiência.
Biscucuy, cidade cafeeira do estado de Portuguesa (oeste), retrata uma derrocada que se repete em todo o país.
"A economia da cidade não está fácil", resume José Gregorio Mejía, mecânico de 56 anos. "É um sacrifício por tudo, nunca na minha vida vi uma situação como essa", continua, com as mãos e as roupas cobertas de gordura.
Mejía precisa de uma cirurgia de obstrução urinária, mas o hospital, cheio de ferrugem na fachada, não dispõe de materiais para realizá-la. Ele esconde uma bolsa de urina debaixo da camisa e, embora o médico tenha sugerido descanso, sai para trabalhar todos os dias com o objetivo de ganhar de 2 a 4 dólares (11 a 22 reais), o que não é suficiente para pagar sua cirurgia em outro lugar.
"Um dizia 'vamos cuidar dos jovens para viverem felizes na velhice' e neste momento não podemos dizer isso porque este governo acabou com os salários", queixa-se Rosa de Madrid, uma professora de 62 anos, que para sobreviver conta com a ajuda que recebe de uma filha dos Estados Unidos.
Apagões de até quatro horas ocorrem diariamente nesta região de 50 mil habitantes, assim como em muitas outras cidades. As estradas que levam às fazendas de café estão cheias de buracos e quando chove ficam intransitáveis por causa da lama.
Maduro costuma atribuir a crise às sanções impostas em 2019 pelos Estados Unidos.
Mas moradores e especialistas concordam que os problemas começaram muito antes e que o governo se concentrou em "cuidar" de Caracas, onde os cortes de energia são esporádicos, há gasolina e alimentos, embora ainda não escape da pobreza e da escassez.
- "Êxodo" aos EUA -
Biscucuy colhe entre 60% e 70% do café venezuelano, mas sua produção é cada vez mais difícil.
A família Hernández, por exemplo, não tem diesel para a máquina que seca o café, nem gasolina para transportá-lo até a cidade. Não há fertilizantes suficientes e os cafeicultores queixam-se do preço que o governo paga pelo seu produto.
A única torrefação da região foi desapropriada e muitas vezes um intermediário é a única opção.
"Estamos nos afogando porque não temos recursos", disse à AFP Migdalis Hernández, de 53 anos e responsável pela fazenda familiar. "O diesel está nas alturas e para secar 10 sacas de café precisamos de 200 litros".
Para produzir os 80 quintais (3.680 kg) anuais que projeta, precisa investir cerca de 800 dólares (4.447 reais) em diesel.
Muitos cafeicultores destinam parte da sua produção para comprar mantimentos como permuta, impulsionados pela inflação e pelas desvalorizações que destruíram a moeda local e deram lugar à dolarização informal.
Rafael Hernández, que também mora na região, destina parte de sua produção para se abastecer de farinha de milho, macarrão, açúcar e óleo vegetal. Ele não tem dinheiro para comprar carne ou frango. "A dieta dos nossos cafeicultores é ruim".
O prefeito de Biscucuy, Jobito Villegas, estima que entre "5.000 e 10.000 (produtores) desertaram, deixaram o município" devido à crise.
"Os jovens foram embora e ficamos os idosos. Nossa força de trabalho está indo embora", lamenta. "Antes era o êxodo camponês que ia de Biscucuy para Caracas, agora vão de Biscucuy para os Estados Unidos", destino de milhares de migrantes venezuelanos.
Migdalis Hernández aposta em sua fazenda por enquanto. "É o que temos, é a herança, é o que os nossos pais nos deixaram, é a nossa economia. Como podemos deixar isso de lado? Temos que mantê-la".
H.Silva--PC